Dezembro registra nova queda no custo de produção de leite
12 de janeiro, 2023
Pelo quarto mês seguido o custo de produção de leite apresentou queda. Em dezembro, o ILeite/Embrapa teve uma variação de -0,2%. Contribuíram para este comportamento o custo de produção de volumosos, principalmente.
Este foi o quarto mês consecutivo a apresentar deflação. Desde agosto o custo de produção, medido pelo ILeite/Embrapa, vem apresentando queda contínua, acumulando uma variação de -3,4% neste período, o que compensou a elevação de custos ocorrida no primeiro semestre. O ano de 2022 fechou com elevação de custos de produção acumulado em 1,0%.
Custo de Volumoso fez a diferença
No mês de dezembro o grupo "Volumosos" apresentou variação de -3,2%, num momento em que as chuvas começam a ser abundantes na maior parte do Brasil. A queda foi resultante de mais uma redução de custos com adubos e defensivos. O grupo "Minerais" registrou queda de -0,4%. Também o grupo "Energia e combustível" teve variação de -0,3%, resultante da retração dos preços de gasolina e óleo diesel.
Três grupos apresentaram preços em elevação. Os preços do grupo "Qualidade do leite" cresceram 9,8% em apenas um mês. O grupo "Sanidade e reprodução" 0,8%, seguido pelo grupo "Concentrado", que registrou variação de 0,3%. Neste grupo, vale registrar, ocorreu significativa dispersão nos preços considerados, já que farelo de soja variou positivamente, em contraponto às variações negativas de preços do trigo, milho, algodão e polpa cítrica. Estes dados são apresentados no Gráfico 1.
Ao longo dos doze meses de 2022, o ILeite/Embrapa acumulou uma inflação de custos de produção de 1,0%. Contribuíram para este crescimento três grupos na composição dos custos, que acumularam desempenho negativo. O grupo "Energia e combustível" teve variação anual de -14,3%, bem próximo do acumulado pelo grupo Volumosos, que foi de -11,7%, enquanto o grupo "Concentrado" registrou -1,4%.
Em sentido contrário, quatro grupos puxaram a inflação para cima, com destaque para os grupos "Qualidade de leite" e "Mão de obra" que, respectivamente, acumularam 18,2% e 17,6%. O grupo "Minerais" acumulou variação anual de preços de 12,8%, enquanto que o grupo "Sanidade e reprodução" teve variação de 9,5%. Os dados constam do Gráfico 2.
Em 2022 o comportamento dos preços dos insumos trouxe muita intranquilidade para os produtores de leite. O ano iniciou com as incertezas geradas pela guerra da Rússia e Ucrânia, que fez os insumos importados, como fertilizantes e matéria-prima para defensivos e minerais, subirem de preços em curto espaço de tempo. O resultado foi que, no primeiro quadrimestre do ano, o ILeite/Embrapa acumulou uma inflação de 6,6%.
Mas, nos meses subsequentes foram registradas deflações, com os custos de produção caindo por três meses seguidos, entre abril e julho, quando retrocederam para o acumulado de 1,2%. No mês subsequente, nova onda de elevação de custos, fez com que o ILeite/Embrapa atingisse 4,3% acumulado nos dois primeiros quadrimestres do ano.
No último quadrimestre, os preços dos insumos arrefeceram e o ano fechou com a inflação de custos reduzida, mostrando que os custos de se produzir leite em dezembro de 2022 foi 1,0% acima que o ocorrido em dezembro de 2021.
Apesar da inflação de custos de produção de leite ter apresentado resultado favorável aos produtores, por ter sido diminuta, a instabilidade de preços ao longo do ano criou um ambiente de forte incerteza. Ao longo de doze meses, os custos subiram cinco meses e caíram sete, sinalizando volatilidade de preços como marca, o que trouxe incerteza. O Gráfico 3 mostra os dados.
Fonte: Centro de Inteligência do Leite (CILeite/Embrapa)