Como o conforto animal pode influenciar a produtividade da pecuária leiteira
12 de abril, 2019
O que é bem-estar e conforto animal?
O conceito de bem-estar pode variar de acordo com alguns parâmetros e com o animal do qual falamos. De um modo geral, ele se refere às boas condições de vida dentro das especificidades de cada espécie, englobando as saúdes física, mental e comportamental.
As vacas leiteiras são particularmente suscetíveis a problemas de saúde e ao estresse. Para manter o seu bem-estar, a produção de leite e as funções reprodutivas, entre outras questões, boas condições ambientais devem ser garantidas.
Os animais devem estar livres de:
- fome;
- sede;
- desconforto;
- dores;
- frio;
- calor;
- doenças;
- medo.
Como as práticas de bem-estar animal influenciam a rentabilidade e produtividade da pecuária leiteira? 283l4o
Atualmente, o número de consumidores e órgãos preocupados com a questão do conforto dos animais tem crescido exponencialmente. Uma empresa que demonstra se importar com seus animais ganha um valor de mercado incomparável.
Nos últimos anos, a preocupação do consumidor deixou de ser apenas com o preço dos produtos: com o avanço da tecnologia e a democratização da informação, a população ou a se importar também com todo o processo de obtenção do que consome.
Além da reputação e do destaque no mercado, as vantagens produtivas também são abundantes. Animais bem alimentados, alocados e não estressados produzem mais leite.
Um dos pontos mais importantes, e por vezes negligenciado, é o conforto térmico dos rebanhos. As vacas são animais homeotérmicos (de sangue quente), que controlam sozinhos sua temperatura corporal. No entanto, esse controle depende de fatores externos, como umidade relativa, temperatura e velocidade do ar circulante no ambiente.
Para elas, existe uma zona de conforto, conhecida como zona termoneutra. Caso o ambiente esteja muito frio ou muito quente, o animal utilizará suas energias para balancear a temperatura, parando de produzir como o esperado.
Em climas quentes com umidade relativa alta, os problemas podem ser ainda maiores, pois a capacidade de dissipação da temperatura corporal é reduzida, causando uma elevação da temperatura interna do animal e um stress térmico.
Estudos demonstram que temperaturas corporais acima dos limiares críticos estão diretamente ligadas a mudanças fisiológicas, anatômicas e comportamentais. Essas mudanças também refletem diretamente na redução da ingestão de alimentos secos, produção de leite e na eficiência do rendimento do leite.
Vale lembrar de que vacas lactantes geram de 27% a 48% mais calor que as não — ou pouco — lactantes. Outro ponto importante é que animais sombreados, com ventilação e molhados com micro gotejamento podem ter um acréscimo de até 20% na produtividade.
Como aplicar tais práticas? bg24
Os animais devem ser mantidos em ambientes limpos, desde os celeiros aos comedouros. Isso evita a proliferação de doenças e os deixa mais confortáveis. Devem também ter a liberdade de agir de seu modo natural: seus hábitos alimentares, sociais e comportamentais devem ser respeitados.
Para manejar a temperatura, invista em sombreamento e ventilação. O sombreamento pode ser fornecido por meio de árvores ou ambientes cobertos, e a ventilação deve ser mecânica, para que seja possível controlar a temperatura, a umidade e direcionar a ventilação para a zona da cabeça e do pescoço. Um bom ventilador — associado à umidificação regular dos animais — é garantia de conforto!
Além disso, não se esqueça: ofereça uma alimentação de qualidade — balanceada e que supra todas as necessidades nutricionais do rebanho — deixe também água limpa e fresca sempre disponível. Animais bem nutridos produzem mais e melhor!
Como podemos ver, começar a utilizar os conceitos de bem-estar e conforto animal pode aumentar significativamente a produtividade da pecuária leiteira e, consequentemente, a sua lucratividade.
Fonte: Site Marangoni - Marangoni Conforto Animal