CEPEA: Após 3 meses em queda, custos ficam estáveis em setembro
29 de outubro, 2019
Os custos de produção da pecuária leiteira registraram estabilidade em setembro. O Custo Operacional Efetivo (COE), que considera os gastos correntes da propriedade na “média Brasil” (BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP), aumentou apenas 0,03% frente a agosto, e o Custo Operacional Total (COT), que engloba o COE, o pró-labore e as depreciações, 0,01%.
A leve alta nos custos foi influenciada principalmente pelo aumento de 0,16% nos valores dos alimentos concentrados, que representam cerca de 40% dos desembolsos anuais feitos pelos pecuaristas, seguindo o movimento de alta do milho e da soja. A subida nos preços dos grãos é consequência, em grande parte, da demanda interna firme, exportações aquecidas e vendedores cautelosos.
Outro fator que influenciou o aumento dos custos de produção foram os reajustes nos preços do diesel e da gasolina nas refinarias da Petrobras. Os aumentos foram motivados pela elevação nas cotações do barril de petróleo no mercado internacional, após ataques à Arábia Saudita, maior exportador mundial da matéria-prima. Dessa forma, as operações realizadas dentro das propriedades, que envolvem o uso de máquinas agrícolas, tornaram-se mais caras.
Em contrapartida, os insumos utilizados na suplementação mineral se desvalorizaram 0,25% em setembro. Já o preço do leite registrou alta de 2%, após dois meses consecutivos em queda, favorecendo a relação de troca ao produtor. Em setembro, foram necessários 61,96 litros de leite para adquirir uma saca de 30 kg de sal mineral 90 g de P, 1,25% a menos que no mês anterior. Já no comparativo com setembro do ano ado, o poder de compra do produtor aumentou em 6,20%.
Por Yago Matias
Foto: Bento Viana / Senar
Cepea: Boletim do Leite / Outubro de 2019
link: https://www.cepea.esalq.usp.br//revista/pdf/0320376001571427366.pdf